segunda-feira, 26 de maio de 2008

A juventude e a imprensa de hoje - Parte I

No último sábado (24/05), minha namorada e eu fomos à Bienal do Livro de Minas (Expominas) assitir a um "bate papo literário" no espaço chamado "Café Literário" com Zuenir Ventura, jornalista e escritor de duas grandes obras - 1968: O ano que não terminou e 1968: O que fizemos de nós - e Alberto Villas, um dos editores do Fantástico.
O tema do "bate papo literário" era "Afinal, 1968 terminou? Ainda há lugar para utopia?". Para quem desconhece o que se passou em 1968 ai vai uma breve explicação:
O ano de 1968 foi marcado por protestos de significados e proporções revolucionárias em grande parte do mundo, a começar pela França em Maio/1968. No Brasil os protestos tinham como objetivo o fim da ditadura, a liberdade de expressão e a liberdade sexual.

Dois pontos deste "bate papo literário" pretendo discutir aqui: a juventude e o papel da imprensa no mundo de hoje.
A começar pela juventude, Zuenir Ventura explicou que os jovens de 1968 estavam preocupados em defender seus interesses, muitos foram para as ruas e queriam fazer a revolução que foi reprimida pela ditadura. Ao ser questionado sobre o que pensava a respeito do jovem de hoje, o autor se mostrou otimista dizendo que a nova juventude não pode fazer como a de 1968, porque o tempo em que vivemos é completamente diferente daquele tempo. Um estudante de direito perguntou a Zuenir o que ele achava que os jovens poderiam fazer para mudar a realidade do país, ele respondeu que devemos "lutar" com as "armas" que temos e citou o exemplo da internet, que se cada jovem entupice a caixa de entrada de e-mail dos Deputados pedindo melhorias, transparência, talvez algo mudasse.
Em minha opinião, Zuenir Ventura jogou um "balde de água fria" naquele estudante de direito, em mim e em toda juventude que ali estava e tinham alguma esperança de ouvir desse grandioso autor, palavras de incentivo, algo que o jovem de hoje, tão desiludido com a política, precisa ouvir. Há uma grande diferença entre encher a caixa de entrada do e-mail de um Deputado e ir às ruas protestar. Se o Sr. Deputado quiser resolver esse problema de sua caixa de e-mail entupida, apenas com um "click" estaria resolvido. Bem diferente de ir às ruas, protestar, lutar pelos nossos direitos.
Ainda há espaço para protestos, para tentar, não uma revolução como se pretendia em 1968, mas melhorar a realidade do país. E é com total convicção que digo que não é através de e-mail's que vamos conseguir mudar coisa alguma!

O outro ponto que gostaria de discutir, fica para a próxima postagem...

Maycon Ramos

4 comentários:

Anônimo disse...

concordo com o "balde de água fria" que levamos deste autor... acredito que a juventude de hoje precisa ser incitada, ainda mais por gente que viveu durante anos importantes para o nosso país como 68! ele é, realmente, otimista demais quanto a nossa geração...
Laila

Geraldo Voltz Laps disse...

Olá Maycon,

Agradeço pela sua postagem no meu blog e achei interessante este seu post, inclusive já coloquei no meu blog 1968: O Ano que mudou tudo não mudando. É um grande desafio e a uma motivação a mais procurar entender o que podemos mudar, não por nós, mas por um sistema arcaico e uma sociedade inerte.

Abraço

Anônimo disse...

E ai Maycon

Obrigado pela visita lá no SempreON, seus elogios são grandes estimulos para que possamos melhorar cada vez mais.

Abraço.

Anônimo disse...

A juventude de hoje está apática e sem nenhuma expectativa, Internet é ótima para quem possui conhecimento e informação, mas somente ela não muda nada. Para colocar povo na rua e exigir mudanças precisa de partidos ou grupos que promovam e para isso é necessário dinheiro.
Grata pela visita
Stella