Apenas um dia de chuva...

Acordo cedo, como de costume, e percebo que há pouca luz no quarto. Penso até que errei a hora, mas o barulho da chuva lá fora revela que a hora está certa, é o dia que está "feio" mesmo e mais preguiça eu sinto de levantar da cama! Está frio e um café com leite bem quentinho acompanhado de uma blusa de frio ajuda a aquecer. Saio e lembro que esqueci o guarda-chuva... como sair na chuva sem guarda-chuva? Volto pra buscar e lá se vai meu ônibus! No ponto, percebo que esqueci mais uma coisa: cadê a toca para tapar o frio da cabeça? Mas também quem foi que teve a idéia de passar máquina um? Mas tudo bem... antes frio na cabeça do que cabelo para pentear! Ônibus lotado, trânsito lento, 30 minutos de atraso, eu cochilando "pendurado" e num sinal vermelho uma movimentação estranha me chama atenção, um motoboy aborda o senhor do Pálio que logo lhe passa a carteira ou celular, não deu pra ver o que era... o motoboy estava molhado por causa da chuva, estava sem capa... tadinho, vai ver ele roubou o senhor do Pálio para comprar uma capa, né?!
Dia de chuva atrapalha as vendas e a agência está vazia... leio e releio as notícias que parecem se repetir: Madona, sapatada em Bush, novos deslizamentos em Santa Catarina, pessoas soterradas... tudo repetido! Hora do almoço, banco para ir, chuva fina e vento forte para molhar, senhora distraída que quase me fura o olho com uma sombrinha e tudo lotado, por um instante esqueci que está chegando o natal, natal sempre chove por aqui e nem por isso os lugares deixam de ficar lotados! Tarde fria com roupas molhadas... entre uma graça e outra de um ou de outro a gente consegue sorrir sentindo frio, fora isso, mal humor e vontade de ir embora tomar um banho quente!
Na hora de ir embora já não chovia e o ônibus, mais uma vez lotado, estava um forno! Ainda bem que esqueci mesmo aquela toca! Banho quente pra relaxar, boa leitura para distrair e mais chuva... olho lá fora e paro um instante para contemplar os pingos finos que caem do céu, sinto saudades de alguém que jurei beijar na chuva. Filme velho na TV pra divertir, cobertor pra esquentar... cama pra matar o dia... mais um dia de chuva que se despede lá fora com aquele barulhinho de pingos caindo no chão.
Maycon Ramos